domingo, 5 de junho de 2016


Nossos turistas nos trazem muitas surpresas boas e nos mostram que nosso Parque das Águas pode ser muito mais atrativo.
Obrigado Monica Mesquita, por compartilhar um momento tão especial em nosso Parque.
Estaremos montando uma Galeria Passado x Presente, Parque das Águas, gostaríamos que nos enviem  fotos polo messenger Cambuquira Online.

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segunda-feira, 22 de abril de 2013


Água mineral:  É aquela que por sua composição química ou características físico-químicas é considerada benéfica à saúde. A rigor, toda água natural, por mais pura que seja, tem um certo conteúdo de sais.
As águas subterrâneas são especialmente enriquecidas em sais retirados das rochas e sedimentos por onde percolaram muito vagarosamente.
Durante muito tempo acreditou-se que as águas minerais tinham uma origem diferente da água subterrânea. Sabe-se hoje, contudo, que ambas têm a mesma origem: são águas de superfície que se infiltraram no subsolo. As águas minerais são aquelas que conseguiram atingir profundidades maiores e que, por isto, se enriqueceram em sais, adquirindo novas características físico-químicas, como, por exemplo, pH mais alcalino e temperatura maior.
Para que a água atinja grandes profundidades é necessário que encontre descontinuidades nas rochas, como fraturamentos e falhas geológicas. Sua temperatura será tanto maior quanto maior for a profundidade, devido ao gradiente geotérmico local. Seu conteúdo em sais guarda uma relação direta com o calor, pois a capacidade de dissolver minerais e incorporar solutos aumenta com a temperatura.
Admite-se que uma parte muito pequena das águas minerais sejam provenientes de atividades magmáticas na crosta terrestre. Isto ocorre nas áreas com atividade vulcânica atual ou recente.
No Brasil, a maior parte das ocorrências de águas mineralizadas se dá na forma de fontes naturais.
Hoje, com o avanço da tecnologia de perfuração de poços profundos, pode-se prever que esta passará a ser a forma predominante de captação.
As vantagens da captação através de poços são muitas: Produção segundo a demanda; controle mais barato e efetivo da qualidade bacteriológica da água; captação mais profunda e longe da influência das águas rasas, mais recentes e menos mineralizadas.

Classificação das águas minerais naturais

Segundo o Código de Águas do Brasil (decreto-lei 7.841, de 8/08/45), em seu artigo 1°, águas minerais naturais "são aquelas provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que possuam composição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa".
Neste código as águas minerais naturais são classificadas segundo suas características permanentes e segundo as características inerentes às fontes.

Características permanentes

Quanto à composição química, as águas minerais naturais são assim classificadas:
  • I- Oligominerais: aquelas que contêm diversos tipos de sais, todos em baixa concentração.
  • II- Radíferas: quando contêm substâncias radioativas dissolvidas, que lhes atribuam radioatividade permanente.
  • III- Alcalina-bicarbonatadas: as que contêm, por litro, uma quantidade de compostos alcalinos equivalentes a, no mínimo, a 0,200g de bicarbonato de sódio.
  • IV- Alcalino-terrosas: as que contêm, por litro, uma quantidade de alcalinos terrosos equivalentes a, no mínimo, 0,120g de carbonato de cálcio, distinguindo-se:
    • IVa- Alcalino-terrosas cálcicas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,048g de cátion Ca, sob a forma de bicarbonato de cálcio.
    • IV.b- Alcalino-terrosas magnesianas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,030g de cátion Mg, sob a forma de bicarbonato de magnésio.
  • V- Sulfatadas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,100g do ânion SO4, combinado aos cátion Na, K e Mg.
  • VI- Sulfurosas: as que contêm, no mínimo, 0,001g do ânion S.
  • VII-Nitratadas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,100g de ânion NO3 de origem mineral.
  • VIII- Cloretadas: as que contêm, por litro, no mínimo, 0,500g de NaCl.
  • IX- Ferruginosas: as que contêm, por litro, no mínimo. 0,005g de cátion Fe.
  • X- Radioativas: as que contêm radônio em dissolução, obedecendo aos seguintes limites:
    • Xa- Fracamente Radioativas: as que apresentam, no mínimo, um teor em radônio compreendido entre 5 e 10 unidades Mache, por litro, a 20°C e 760mm de Hg de pressão;
    • Xb- Radioativas: as que apresentam um teor em radônio compreendido entre 10 e 50 unidades Mache por litro, a 20° C e 760mm de Hg de pressão;
    • Xc- Fortemente Radioativas: as que possuírem um teor em radônio superior a 50 unidades Mache, por litro, a 20°C e 760mm de Hg de pressão.
  • XI- Toriativas: as que possuem, por litro, no mínimo, um teor em torônio em dissolução equivalente, em unidades eletrostáticas, a 2 unidades Mache.
  • XII- Carbogasosas: as que contêm, por litro, 200ml de gás carbônico livre dissolvido, a 20°C e 760mm de Hg de pressão.

Características das fontes

As fontes de água mineral são classificadas segundo os gases presentes e segundo a temperatura:
  1. Quanto aos gases:
  • I- Fontes radioativas:
    • Ia- Fracamente Radioativas: as que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto com um teor em radônio compreendido entre 5 e 10 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20°C e 760mm de Hg de pressão;
    • Ib- Radioativas: as que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto, com um teor compreendido entre 10 e 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20°C e 760mm de Hg de pressão;
    • Ic- Fortemente Radioativas: as que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto, com teor em radônio superior a 50 unidades Mache, por litro de gás espontâneo, a 20°C e 760mm de Hg de pressão.
  1. II- Fontes Toriativas: as que apresentam, no mínimo, uma vazão gasosa de 1 litro por minuto, com um teor em torônio, na fonte, equivalente, em unidades eletrostáticas, a 2 unidades Mache por litro.
  2. III- Fontes Sulfurosas: as que possuírem, na fonte, desprendimento definido de gás sulfídrico.
    1. Quanto à temperatura:
  • I- Fontes frias: quando sua temperatura for inferior a 25°C;
  • II- Fontes hipotermais: quando sua temperatura estiver compreendida entre 25 e 33°C;
  • III- Fontes mesotermais: quando sua temperatura estiver compreendida entre 33 e 36°C;
  • IV- Fontes isotermais: quando sua temperatura estiver compreendida entre 36 e 38°C.

Produção e consumo de água mineral no Brasil

O mercado brasileiro de águas minerais naturais tem mantido um crescimento contínuo nos últimos cinco anos. A produção passou de 1,552 bilhão de litros em 1995 para 3,005 bilhões em 1999.
O consumo per/capita dos brasileiros passou de 15,13 litros/ano em 98 para 17,67 litros/ano em 99. Era de 9,8 litros/ano em 1995. A principal forma de comercialização é através de garrafões de 20 litros, distribuídos em empresas e residências, que são responsáveis por quase 60% do consumo nacional.
Em 1999 o Brasil importou quase 1,4 milhão de litros, correspondentes a US$ 472 mil, procedentes da França (67%), Itália, Trinidad-Tobago, Portugal e Reino Unido. Vale observar, no entanto, que o volume importado em 99 corresponde a apenas 1/3 das importações de 98, que somaram 4,16 milhões de litros.
Em contrapartida, as exportações também caíram, de 962 mil litros em 98 para 779 mil litros no ano passado, que renderam ao país US$ 150 mil. Os compradores foram Paraguai (63%), Bolívia e Uruguai.
A produção e o consumo per capita em 1999 em outros países foram: Estados Unidos, 11 bilhões de litros (consumo per capita/ano de 42,I litros); México, 10,5 bilhões de litros; Itália, 7,8 bilhões (143 litros/ano per capita); Suíça, 7,6 bilhões 84,2 litros per capita); Espanha, 6,1 bilhões (99,6 litros per capita). Outros grandes consumidores são: França, com 117,3 litros/ano per capita; Alemanha, 98,5 litros; Áustria, 71,8; Portugal, 63,9; e Grécia, 36,8 litros/ano.
Água que contém sais minerais e gases em quantidade acima do normal e que se acredita serem boas à saúde.


terça-feira, 2 de abril de 2013

CHARLES BERTHAUD, o cientista das águas.





Personagem que contribuiu muito por Cambuquira, além da análise das águas para o qual foi contratado pelo governo, foi Charles Berthaud. Apaixonado pela pequena vila, o francês a adotou como sua terra e por aqui resolveu construir sua casa, demonstração de sua disposição de ficar, como aliás ficou até a sua morte.
Conforme conta a história, o médico e cientista passou também a atender parte do grande contingente que vinham às fontes à procura de curas para os seus males.
Em seu laboratório desenvolvia porções fitoterápicas tendo as águas medicinais como base para os seus medicamentos. Assim, a fama do médico e as qualidades medicinais das águas percorreu distâncias atraindo cada vez mais pessoas.
Talvez, preocupado com a localização do cemitério no alto da colina próximo ao parque das águas, o que poderia contaminar os lençóis freáticos, comprou com recursos próprios um grande terreno e o doou para montagem de novo campo santo.
Do passado conseguimos trazer até o presente aquele sobrado imponente no alto da Fazenda do Retiro, de onde se podia ver os dois lados daquela colina, assistir o nascente e o por do sol, paisagens nunca vista igual na sua França natal.
Dr. Charles Berthaud quando escolheu aquele lugar para construir sua casa, levou tudo isso em consideração.


Para edificar a casa, mandou vir da França quase tudo ou o que podia. Tudo ali era de primeira, desde as telhas, as janelas, as escadas, o assoalho de pinho-de-riga que ninguém conhecia por essas paragens. Todo o conforto ali teria. A água pura e cristalina bombeada de um poço profundo( que ainda existe no terreno dos Siebert)servia a cozinha, banheiro e o laboratório. Para não poluir os lençóis d'água todo o esgoto da residência era tratado em fossas cépticas distintas para cada setor(residência e laboratório). Um jardim de rosas e trepadeiras ornamentavam o lugar, uma das quais cor de rosa sobreviveu aos tempos e foi arrancada nos anos 60 para construção de uma casa no bairro, além das essências aromáticas, medicinais, frutas e outras plantas aclimatadas completavam o pomar da chácara onde hoje é parte do Bairro Carioca.

Depois de um estafante dia, quando atendia várias pessoas que apareciam na cidade em busca da cura pelas águas minerais em conjunto com as poções químicas que fazia, o médico se sentava na varanda e contemplava o sol ardente e vermelho a se por pelos lados da cidade de Campanha. Nas noites de céu aberto lá estava ele na varanda a observar as estrelas, os planetas e a lua que vagava pelo infinito, maravilha que mais tarde encantou outro estrangeiro, Sigmund Szabó, que ali perto iria nos anos 60 tentar construir o primeiro observatório astronômico da região.

No dia seguinte acordado pelo cantar dos galos, abria a janela e via o sol nascendo entre as árvores da colina da Mata do Parque provocando o soprar de uma brisa serena com cheiro de mato, mostrando que o lugar receber as melhores dádiva de Deus.

Charles talvez pensasse que aquele lugar seria uma grande e bela cidade, pois isso era o que se previa para aquela a vila em formação desde os fins do Século XIX e começo do Século XX.

Não se sabe porque, existia ali perto no que hoje é a esquina da rua que leva o nome do médico cientista com a Av. Princesa Isabel, no Bairro Carioca, um pequeno cemitério descoberto por volta dos anos 60 por ocasião da construção de uma casa, e nunca mencionado na história da cidade. Provavelmente, ali eram enterrados alguns dos desafortunados pacientes que não conseguiam a procurada cura ou se tornou a alternativa que ele arranjou para não usar mais o cemitério que ficava atrás da Igrejinha dos Lemes.

Ainda com relação a esse cemitério desconhecido, o que talvez seja uma prova de não ter sido um lugar qualquer, existia uma “trepadeira de flores cor de rosa” que eu, o narrador dessa história, quando menino tentou por diversas vezes arrancar para levar de presente para mamãe!.. Ainda bem que não usei nenhuma ferramenta que pudesse atingir o esqueleto ali soterrado!...

Charles Berthaud, antes de vir para Cambuquira, trabalhou na sua terra fazenda a captação das fontes de Aix-Les-Bains, em Saboia, fato que fez com que o Governo, através de uma empresa a Companhia União Industrial dos Estados do Brasil, o procurasse para essa nova empreitada.
Aceitando essa nova empreitada, nem imaginava que seria uma viagem sem volta e que da pequena vila nunca mais sairia. Pelo menos isso não aconteceu pela sua vontade. Pois, os seus restos mortais foram levados por seus filhos para a terra em que nasceu.

Berthaud, conforme contam Thomé e Manoel Brandão, ficou encarregado de fazer as análise das fontes e procedeu a captação das quatro principais: Regina Werneck(mais tarde chamada também de Fonte Maria) ou Gasosa, Fonte Fernandes Pinheiro ou Ferruginosa, Fonte Comendador Augusto Ferreira ou Magnesiana e a mais famosa na época conhecida como Bica de Prata ou Roxo Rodrigues (hoje "Barracão" que ficou prejudicada com uma má perfuração que fez com perdesse um pouco do gás natural).

Fonte : http://100anosdecambuquira.blogspot.com.br